sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

A Guerra Contra a Direita

Amigos de esquerda, é o seguinte. Na guerra contra a direita, estamos hoje perdendo de lavada. Temos que entender todas as estratégias que eles estão usando para, só assim, conseguirmos responder à altura.

Uma das artimanhas sujas deles – não sei se todo mundo já percebeu isso com clareza – é promover o revisionismo de certos fatos históricos e até de conceitos. Eles falsificam grosseira e desavergonhadamente a realidade para impor a própria ideologia liberalesca. Talvez a principal “tese” deles, divulgada sempre como verdade absoluta, seja dizer que onde o Estado intervém há, ipso facto, fascismo e esquerdismo (exceto quando realmente há fascismo, por exemplo, nas atuações truculentas da polícia, que eles sempre fazem questão de apoiar). Daí eles tiram conclusões completamente absurdas e ilógicas, como a de que a CLT é fascista ou de que o fascismo, o nazismo e inclusive a ditadura civil-militar (1964-1985) eram de esquerda! Também se apegam a nomenclaturas: Não gostam do uso da palavra “capitalismo” (preferem “livre-mercado”) e combatem o uso do termo “neoliberalismo” (porquanto se trataria de uma palavra “ideológica”). A coisa ganha até ares lúdicos quando eles colocam no topo do "ranking de liberdade econômica" os países escandinavos. E, é claro, eles não se dizem "de direita", obviamente tentando passar a ideia de que são imparciais - os mais ingênuos de fato acreditam piamente na própria neutralidade.

E se a gente pensar bem, faz todo o sentido do ponto de vista deles. Pensem comigo: a direita nunca fez absolutamente nada de bom na história humana. Rigorosamente coisa nenhuma e não vai ser agora, com fãs de Olavo de Carvalho e leitores do Mises.org, que isso vai mudar. E até hoje eles não têm coragem de expor à luz do dia suas reais intenções. Afinal, dizer que pretendem a eternização das desigualdades e o favorecimento do grande capital em detrimento da classe trabalhadora, digamos, não pega lá muito bem. Então, o que lhes resta? Falar mal da esquerda. Eles vivem disso. Sim, podem ver, esses ícones da direita atual - Bolsonaro e Dória, por exemplo - não têm nenhuma proposta para nada, são marionetes e bobos-da-corte do capital financeiro que apenas conseguem simpatizantes por falar mal da esquerda, surfando tanto na onda mundial de direita quanto no anti-petismo extremo e radical forjado pela mídia durante todos esses anos. Tirando isso deles, não sobra nada. Afinal, qualquer cidadão, por mais manipulado que seja, percebe que foi só a direita "puro sangue", representada por Temer e seus comparsas, chegar ao poder que as coisas foram de simplesmente ruins para o verdadeiro inferno na Terra.

Por isso, uma reação nossa deve obrigatoriamente passar por aí, colocando as coisas no seu devido lugar, desfazendo essa mentira anacrônica e economicista deliberada de tentar reduzir tudo a “Estado malvadão” contra “defesa heroica da liberdade”. Nós, que estudamos, sabemos como fazer isso. E acreditem em mim, quando a gente efetivamente faz, eles ficam perdidos na própria insignificância.

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