quinta-feira, 4 de maio de 2017

Sobre o documentário “13ª Emenda” (“13th”)


Muito bom esse documentário da Netflix “13ª Emenda” (“13th”). Assistam! 

Trata do racismo e da questão prisional nos EUA, país que tem 5% da população mundial, mas 25% dos presos de todo o globo. A 13ª Emenda é tipo a Lei Áurea dos EUA. E é interessantíssimo como a história lá foi a mesma daqui. Os negros eram formalmente livres, mas no fim das contas continuaram sem ter os mesmos direitos dos brancos, algo que se reflete até hoje. 

Lá, os negros são 6,5% da população, mas mais de 40% dos presos. A probabilidade de um branco ser preso é 1/17, a de um negro é 1/3. O encarceramento em massa vitima sobretudo os negros. E é muito bizarro ver como políticas públicas são feitas para manter a estrutura social de opressão às minorias, em especial os negros, incluindo a gestão privada empresarial dos presídios. A "guerra às drogas" também é um exemplo típico. 

Nos EUA também não é nada incomum a prisão arbitrária de jovens negros, mas é ainda pior porque como por aquelas bandas tudo é reduzido a dinheiro, eles vendem liberdade por meio de fianças, que os jovens negros simplesmente não têm como pagar, ficando presos por tempo indefinido sem direito a nada. Aliás, todo o sistema de Justiça deles é pensado para que os mais pobres se ferrem, pois eles não vão a julgamento, sendo coagidos a aceitar acordos com a promotoria que envolvem confessar crime que não cometeram para evitar o risco de pegar uma pena maior. Outro ponto impressionante é que uma vez preso, a ficha criminal nunca é limpa e essa pessoa vira praticamente um anti-cidadão. Se for negra, que já é estigmatizada, é a morte civil. E, pior ainda: um negócio extremamente lucrativo é empresas se instalarem em prisões para se utilizarem de trabalho gratuito (leia-se, escravo) dos presidiários. 

É esse país que diz defender os direitos humanos e sai pelo mundo invadindo países em nome da liberdade e da democracia. Ditadura é em Cuba. 

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