sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Aprendendo com as crianças

O vídeo abaixo, que mostra o primeiro contato de uma criança com um casal de homossexuais, acabou gerando uma discussão no Facebook a respeito da legitimidade ou não que esses casais têm de demonstrar afeto em público. É incrível ver que o menino, de início, estranha um pouco a situação, mas depois aceita completamente o fato de haver “dois maridos”, inclusive, ao final, chamando um deles para jogar ping-pong. A meu ver, é uma forte demonstração de que o preconceito não é natural, mas construído culturalmente. Segue o link:

Menino tem primeiro contato com casal homossexual

Na discussão, alegou-se basicamente que na Bíblia Sagrada não consta nenhuma aprovação a esse tipo de relacionamento e que se os casais homoafetivos querem demonstrar qualquer afinidade, que o façam entre quatro paredes.

Em relação à primeira observação, de fato, talvez, a Bíblia não promova mesmo o homossexualismo. Mas temos que considerar também que o Livro Sagrado dos cristãos em nenhum momento condena o uso de mão de obra escravo, por exemplo, o que não impediu a humanidade de se vir madura o suficiente para não mais aceitar essa crueldade. Também não penso que a Bíblia, como foi afirmado, especialmente o Velho Testamento, seja de fato um bom livro de moralidade, mas isso é assunto para possíveis outras postagens.

Quanto ao “fazer entre quatro paredes pode”, não creio que este seja um argumento relevante, posto que uma atitude não se torna mais ou menos moralmente aceitável por ser feita longe do olhar de terceiros. Assumir o contrário seria como aceitar a corrupção, desde que nunca fosse descoberta.

Parece que há mesmo um preconceito com os homossexuais, somado a uma imensa preguiça de refletir e ensinar as pessoas, desde cedo, a serem tolerantes, a aceitarem aqueles que não pensam e agem como a maioria espera que façam, a respeitarem o ser humano.

Como argumentei na discussão, uma democracia de verdade respeita a minoria, nunca a reprime. Eu, sinceramente, aplaudo em pé os casais de homossexuais que têm coragem de agir normalmente em público, demonstrando o amor que sentem um pelo outro e reafirmando a sua dignidade sem medo do que os intolerantes podem pensar ou fazer. As gerações futuras deverão agradecer a eles parte da maior liberdade e igualdade que ajudaram a conquistar.

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