segunda-feira, 22 de abril de 2013

O preço de um escravo


Está circulando por aí uma carta do sindicato das empregadoras domésticas (que me recuso a compartilhar), segundo a qual a emenda constitucional que ampliou os direitos dos empregados domésticos deve ser imediatamente revogada, pois trará um grande aumento de custos para a família de classe média.
Ok, é legítimo defender os próprios interesses. O problema é que para justificar seus motivos, a carta estabelece que uma empregada que ganha o salário mínimo e trabalha o dia todo, todos os dias, custará, devido às horas extras e adicional noturno, R$ 3.430,91 por mês.
Ouvimos falar da Revolução Industrial e ficamos horrorizados com as jornadas de trabalho absurdas, de 14, 16, 18 horas por dia, sem perceber que hoje, em 2013, tem gente que, sem nenhum tipo de constrangimento, vem a público defender o direito de impor uma jornada de 24 horas para os seus empregados!
Pelo menos aprendi uma coisa, que transmito a quem possa interessar: um escravo (ou um mucamo), no Brasil, hoje, sai por pouco menos de 3.500 reais mensais.

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