segunda-feira, 22 de abril de 2013

Ditadura gay?

Ditadura gay?
Ouvi alguém falando que estamos vivendo em uma “ditadura gay”. Eu, sendo hétero, que não teria nada a perder ao acatar essa ideia, comecei a pensar seriamente a respeito e percebi que:

Nunca vi igreja oferecendo cura para a heterossexualidade.
Nunca vi algum hétero ser agredido na cabeça, com uma lâmpada, na Avenida Paulista, pelo simples fato de ser hétero.
Nunca vi mãe e filho que se abraçavam numa festa apanharem por serem confundidos com um casal hétero.
Nunca vi alguém vincular a heterossexualidade com promiscuidade, nem falar que uma doença incurável sexualmente transmissível é um "câncer hétero".
Nunca vi alguém dizendo que casal hétero não pode criar filhos saudáveis.
Nunca vi nenhuma indignação contra as emissoras de TV que mostram beijos héteros, nem héteros serem expulsos do Shopping Frei Caneca por se beijarem.
Nunca vi nenhum hétero ter que brigar pelo direito de se casar com alguém do sexo oposto.
Nunca vi alguém deixar de ser contratado por assumir a sua heterossexualidade na entrevista de emprego, assim como nunca vi ninguém tendo que esconder sua heterossexualidade no trabalho.
Nunca vi nenhuma criança sofrer bullying pelos seus trejeitos héteros, nem adolescente ser expulso de casa por assumir namoro com pessoa do sexo oposto.
Nunca vi alguém esperar um hétero sair de perto para cochichar: "Se esse cara não é, leva jeito pra pegador de mulher" ou "que mulher mais feminina, deve gostar de homem"!
Nunca vi uma gritaria geral contra cartilha que ensina crianças a tolerarem e respeitarem a condição heterossexual das pessoas.
Nunca vi pastor afirmando que todo bom cristão tem que ser heterofóbico, e nem bancada de alguma religião impedindo a aprovação de projetos de lei que punem a discriminação contra héteros.
Nunca vi algum líder religioso buscar na Bíblia interpretações tortuosas para justificarem seu preconceito contra héteros.
Nunca vi novelas e comerciais mostrarem todos os personagens héteros de forma caricatural e estereotipadamente héteros, como se só essa característica lhes fosse importante.
Nunca vi a palavra "homem" ou "mulher" serem usadas como xingamento.
Nunca vi passeata de gente contra o casamento de heterossexuais estéreis, justificando-se pelo fato desses casais serem incapazes de gerar descendentes.
Nunca vi organização gay dizendo que o único modelo aceitável de família é o que eles próprios querem para si.

E eu não estou de olhos fechados, porque o oposto a tudo isso eu já vi e continuo vendo cotidianamente.

Ditadura existe sim, mas com certeza não é dos gays.

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