A grande mídia vai começar agora uma campanha contra
o financiamento exclusivamente público de campanhas eleitorais. Nada mais previsível, já que
ela própria se beneficia largamente dando dinheiro para políticos aliados se
elegerem.
Mas vamos pensar um pouco sobre o financiamento privado de
campanhas: Empresa não fazem caridade, então, por que financiam campanhas de
políticos? Obviamente se trata de um investimento da empresa, que vai cobrar
daquele político, se eleito, a aprovação de projetos que a beneficie, e não
necessariamente que melhorem a vida dos cidadãos. Essa relação promíscua entre
dinheiro e política é uma das grandes raízes da corrupção. E já que um dos
grandes problemas do país é a corrupção, o financiamento exclusivamente público
é um dos melhores antídotos.
Ou será que um Presidente da República financiado por um
grande complexo de hospitais vai aprovar projeto de melhora da saúde pública? Ou
será que o deputado que recebeu dinheiro das grandes indústrias farmacêuticas
vai ser a favor à distribuição gratuita de remédios? Ou será que o Senador que
recebeu doações de uma associação de escolas particulares vai ter interesse em
melhorar a qualidade do ensino público?
Todos podem ter direito a voto, mas enquanto um candidato -
por ter recebido fortunas, por exemplo, de construtoras, grandes indústrias,
empresas de mídia, grandes bancos, igrejas – tiver centenas ou milhares de
vezes mais dinheiro para realizar sua campanha eleitoral que outro, os votos
vão ter pesos muito diferentes.
O financiamento privado de campanhas é uma fraude à
democracia, pois, no fim das contas torna-se um modo daqueles que possuem mais
dinheiro comprar o voto dos cidadãos mais pobres, que, em geral, por não terem
a devida instrução e educação política ou crítica, acabam votando no candidato
cuja campanha tem mais projeção, ou seja, os que receberam mais dinheiro e que
possuem mais dívidas com as grandes empresas.
Em todo ano de eleição são jogados pelo ralo bilhões de
reais que poderiam ser muito bem gastos em outras áreas com maior benefícios
sociais. É certo que com o financiamento público esse montante vai diminuir
muito e, apesar do dinheiro sair dos cofres públicos, o retorno em termos de
diminuição da corrupção e de reais investimentos sociais dos projetos políticos,
direcionados agora exclusivamente a beneficiar os cidadãos, não as grandes
corporações, será infinitamente maior do que os gastos.
Financiamento público já!
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