A menina errou ao chamar o goleiro de macaco. Disso ninguém tem a menor dúvida. Mas é possível julgar uma pessoa por causa de uma única atitude, cometida no calor do momento e da torcida em um jogo intenso de futebol?
Uma reportagem do Terra mostrou que os vizinhos da menina todos gostavam dela, falam que ela é uma pessoa boa, dizendo que acham, inclusive, que se tratou apenas de uma molecagem típica de torcida organizada para provocar o adversário, e não uma atitude intencionalmente racista. Segundo dizem, ela já teve namorado negro e os parentes estão desesperados postando fotos dela cuidando voluntariamente de crianças negras. Ela é santa por isso? Não. Mas também não é um demônio por ter feito o que fez. Ela é só humana, que acerta e erra, como todos somos. E é exatamente disso que se tratam, aliás, os direitos humanos.
Ela vai pagar pelo que fez, e deve mesmo responder nos termos da lei perante a Justiça. Agora, é fato que a lei não inclui, como punição, o apedrejamento da casa dela, a perseguição e a execração pública que ela está sofrendo. A vida dela foi destruída. Desde o tal jogo ela se refugiou na casa de parentes e nunca mais voltou para a casa, ao que tudo indica, ainda está totalmente desnorteada. Isso é proporcional? Será que é possível, por um instante, colocarmo-nos não só na pele do ofendido, mas também na dessa moça? E se fosse uma amiga ou parente nossa que tivesse feito uma merda dessas? Impressiona a velocidade com que pessoas autodenominadas cristãs se esquecem do “quem nunca errou que atire a primeira pedra”.
“Ah, mas ela serviu de exemplo!” Exemplo, amigo, é a Justiça que tem que dar mostrando que a lei é efetivamente cumprida. E outra: acho que a punição do clube é muito mais efetiva do que ficar compartilhando mensagens de ódio.
Essa fúria coletiva, no intuito de afirmar a importância de não se cometer determinado erro, o racismo, acaba levando a diversos outros erros, como se uma coisa justificasse a outra. A soma de tudo isso acaba sendo zero. Exatamente para isso existe a lei penal, para evitar que o espírito de vingança dite as regras e destrua vidas, que se não são inocentes, não deixam em nenhum momento de ser... humanas!
De todo o modo, fico curioso para saber por que quando o Danilo Gentile faz suas piadas racistas, a comoção pública não é nem 10% da que essa moça gerou.
Uma reportagem do Terra mostrou que os vizinhos da menina todos gostavam dela, falam que ela é uma pessoa boa, dizendo que acham, inclusive, que se tratou apenas de uma molecagem típica de torcida organizada para provocar o adversário, e não uma atitude intencionalmente racista. Segundo dizem, ela já teve namorado negro e os parentes estão desesperados postando fotos dela cuidando voluntariamente de crianças negras. Ela é santa por isso? Não. Mas também não é um demônio por ter feito o que fez. Ela é só humana, que acerta e erra, como todos somos. E é exatamente disso que se tratam, aliás, os direitos humanos.
Ela vai pagar pelo que fez, e deve mesmo responder nos termos da lei perante a Justiça. Agora, é fato que a lei não inclui, como punição, o apedrejamento da casa dela, a perseguição e a execração pública que ela está sofrendo. A vida dela foi destruída. Desde o tal jogo ela se refugiou na casa de parentes e nunca mais voltou para a casa, ao que tudo indica, ainda está totalmente desnorteada. Isso é proporcional? Será que é possível, por um instante, colocarmo-nos não só na pele do ofendido, mas também na dessa moça? E se fosse uma amiga ou parente nossa que tivesse feito uma merda dessas? Impressiona a velocidade com que pessoas autodenominadas cristãs se esquecem do “quem nunca errou que atire a primeira pedra”.
“Ah, mas ela serviu de exemplo!” Exemplo, amigo, é a Justiça que tem que dar mostrando que a lei é efetivamente cumprida. E outra: acho que a punição do clube é muito mais efetiva do que ficar compartilhando mensagens de ódio.
Essa fúria coletiva, no intuito de afirmar a importância de não se cometer determinado erro, o racismo, acaba levando a diversos outros erros, como se uma coisa justificasse a outra. A soma de tudo isso acaba sendo zero. Exatamente para isso existe a lei penal, para evitar que o espírito de vingança dite as regras e destrua vidas, que se não são inocentes, não deixam em nenhum momento de ser... humanas!
De todo o modo, fico curioso para saber por que quando o Danilo Gentile faz suas piadas racistas, a comoção pública não é nem 10% da que essa moça gerou.